MENTE QUE NEM SENTE.

Compulsão por mentir e um problema que sério e motivado por baixa autoestima.

Ao se conhecerem, duas pessoas mentem, em média, três vezes nos primeiros dez minutos de conversa, aponta uma pesquiça realizada pela Universidade de massachusetts, nos Estados Unidos. Falar “mentirinhas” sociais – como dizer que já saiu de casa quando nem terminou de se arrumar – faz parte da convivência em sociedade. Mas, quando uma pessoa passa a mentir com frequência, é preciso acender o sinal de alerta, pois é possível que ela esteja sofrendo de mitomania.

– Esse é um transtorno no qual a pessoa tem compulsão por mentir. Ela sente a necessidade de esconder sua realidade e começa a inventar histórias mentirosas sobre a sua vida e não consegue mais parar – explica a psicóloga e psicanalista Michele Silveira.

Vários podem ser os motivos que levam uma pessoas a mentir compulsivamente. A baixa autoestima é uma delas. Por pura insegurança, a pessoa inventa ser outra, apenas para se tornar mais agradável e aceita naquele grupo sócial.

E como a mentira tem a mentira tem perna curta, as consequências de dizer inverdades chegam e provocam sofrimentos – tanto para a família, quanto para aqueles que estão próximos.

A saída é procurar ajuda psicológica para tratar o motivo que desencadeia tantas mentiras. Mas até chegar ao consultório, o caminho é longo.

– Normalmente os pacientes chegaram trazidos por parentes que percebem que as mentiras não são normais. É difícil a pessoa admitir e vir por conta própria. As pessoas precisam saber que este problema tem cura – afrima a neuropsicóloga Paula Emerick.

Rogério Panzzaulti, psiquiatra e neurocientista, faz um alerta: pessoas que começaram a mentir muito de uma hora para outra precisam ser avaliadas, o quanto antes, por um psiquiatra:

– Este pode ser um sinal de transtorno bipolar de humor, que quando não tratado, gera solidão porque ninguém aguenta ficar perto.