DIFERENTES GERAÇÕES NA MESMA SALA DE AULA ESTIMULAM A TROCA DE EXPERIÊNCIAS

DIFERENTES GERAÇÕES NA MESMA SALA DE AULA ESTIMULAM A TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Helenildes Mendonça, graduada em gestão de Recursos Humanos, buscou a faculdade depois dos 50 anos por satisfação pessoal.

– Depois de ter iniciado quatro faculdades sem concluí-las, por problemas da vida, eu resolvi ter um diploma de curso superior. Escolhi um curso mais rápido porque naquele momento não tinha muita energia para enfrentar cinco anos de de estudo.

No dia a dia, a experiência contou e as novidades acadêmicas foram poucas.

– Meu aprendizado não foi diferente dos outros, mas acontece que eu me sentia como se já tivesse aquelas informações.

Depois de encarar por anos a rotina de uma graduação – economia, ciências e matemática estão no currículo -, José Vitório foi incentivado pelo filho a estudar direito. Hoje, com 76 anos, conta que se acostumou a estudar e a gostar de conhecer coisas novas.

– A minha vida foi estudar. Nasci pobre e me dediquei ao estudo para ajudar a família. Desta vez, resolvi fazer o curso para ajudar meu filho advogado. Ele me chamou para trabalhar e depois de diplomado, fui. 

O bacharel e também professor se formou em 2012. Sobre o relacionamento com os outros alunos, ele fala com entusiasmo:

– Sempre tive um trato com os mais jovens dos melhores.

Vânia Henriques, coordenadora do Serviço de Orientação a Aprendizagem da UniCarioca, fala da aprendizagem de forma recíproca.

– Para o aluno aprender, ele precisa do meio, de estímulos e do outro. Precisa de participação em sala, de trocas entre saberes, sendo esse facilitado pela vivência de cada indivíduo. Percebo que o maior desafio é nos descortinarmos, tirar de nós mesmo os nossos preconceitos e nos alinharmos num mundo de equidade, pois a diferença é necessária para o desenvolvimento do ser. Portanto, precisamos praticar a auto educação para que assim surja em nossas salas de aulas pessoas capazes de lidar com as diferenças.

A convivência, independente da idade, sempre traz ganho. Segundo a psicóloga Paula Emerick, a troca pode promover um novo estilo de vida para ambas as gerações.

– Abre horizontes, faz crescer, serve de exemplo e de incentivo. Nunca é tarde para se reinventar, mudar e se permitir novas experiências. Inclusive isso tem benefícios na saúde mental. Novas sinapses são geradas com novas vivências.