NOSSO NEGÓCIO É ENSINAR!

É aprendendo que se cresce.

Quem já ouviu essa afirmação sabe da importância da capacitação das pessoas para uma vida melhor, seja profissional, seja pessoal. O mercado está atento a isso, tanto que, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), oito das cinquenta maiores redes de franquias do Brasil são enquadradas no segmento de “serviços educacionais”.

Na arte de “ensinar” existem inúmeros cursos que vão desde reforço escolar a aulas de música. No entanto, empreender também proporciona diversos desafios, principalmente em um segmento que se reinventa como o da educação. “Cursos on-line, presenciais, ao vivo, tecnologias variadas e ferramentas disponíveis, tudo isso colabora para a necessidade de competências bem específicas para os empreendedores”, comenta o consultor de negócios e diretor-executivo da Solace Institute, no Rio de Janeiro, Fabio Stumpf.

O executivo diz ainda que para empreender no setor educacional é necessário know-how, conhecimento educacional e pedagógico. Tais fatores podem facilitar o desempenho das demandas do negócio. “É fundamental para o sucesso de um negócio nesse segmento desenvolver as competências comerciais, de negociação, liderança e gestão de metas”, complementa o consultor.

PERFIL COMERCIAL

Na rede Prepara Cursos, de treinamentos profissionalizantes, o perfil de investi- dor é aquele que tem veia empreendedora, capacidade de gestão e características comerciais destacadas. Além disso, a rede quer investidores que estejam à procura de negócios de baixo investimento inicial e dispostos a trabalhar com serviços educacionais para jovens e adolescentes das classes C e D, que buscam qualificação para o primeiro emprego.

Com mais de 80 cursos, a rede atua em áreas como idiomas, serviços e saúde, até as mais inovadoras como desenvolvimento de games e aplicativos. “Os cursos foram elaborados de acordo com as necessidades das empresas que em- pregam profissionais formados nas áreas ofertadas pela Prepara Cursos”, comenta o diretor da rede, Guilherme Maynard. O preço médio da mensalidade é de R$150.

A metodologia utilizada é híbrida, ou seja, utiliza a tecnologia aliada ao ensino presencial em sala de aula. O tipo de material didático parte de atividades impressas aplicadas que são padronizadas, garantindo a qualidade de ensino em todas as unidades.

A Prepara possui mais de 400 unidades e já formou mais de um milhão de alunos em todo o País. “Para 2019 a meta é chegar a 60 unidades comercializadas em todo o Brasil e com 40 novas unidades implantadas”, revela Maynard.

OLHO DO DONO

Para ter sucesso no segmento educacional, vale a máxima: “O olho do dono é que engorda o gado”. Para o sócio fundador do Grupo Soares Pereira & Papera (GSPP), André Luís Soares Pereira, a pessoa que ficar em tempo integral, dedicar- -se full time ao negócio, terá a perspectiva de resultados melhores do que a pessoa que é só um sócio investidor. “A não ser que este investidor já seja um multifranqueado, ou seja, que tenha várias redes, várias lojas franqueadas de outras ou da mesma marca, aí sim ele vai conseguir ter uma infraestrutura de gestão, podendo acompanhar melhor e ter resulta- dos satisfatórios”, complementa Pereira.

PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Na rede Ensina Mais Turma da Mônica, a proposta é oferecer cursos de apoio escolar em português e matemática,

Além de cursos de informática e inglês. Os cursos são destinados a crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que estejam cursando o Ensino Fundamental. A marca tem como foco estudantes das classes A e B, afinal, o preço médio dos cursos é de R$249,90.

Um dos cursos oferecidos que merece destaque é o de robótica. “Os nossos cursos de robótica desenvolvem as competências essenciais para o futuro das crianças e adolescentes: criatividade, disciplina, liderança, socialização, trabalho em equipe, habilidades motoras, raciocínio lógico, analítico e crítico”, explica o diretor da rede de franquias Ensina Mais Turma da Mônica, Leonardo Andreoli.

O nome da rede passou a contar com os personagens do Mauricio de Souza no final do ano de 2016. Por meio dessa parceria, todos os conteúdos interativos e livros didáticos da metodologia Ensina Mais passaram a receber a caracterização com os personagens da Turma da Mônica.

A rede, que tem 147 unidades espalha- das pelo País, pretende crescer cerca de 30% a base de franquias ao longo de 2019.

DE BEM COM A MODA

A segmentação tem colaborado para o crescimento de outra rede de ensino, a Sigbol Fashion. Ela possui 57 cursos do setor de confecção e moda. Para lecionar, os professores e alunos contam com o apoio de métodos e apostilas desenvolvidos pela área pedagógica da própria escola; além naturalmente dos equipamentos de sala de aula para as atividades práticas, como máquinas de costura, manequins, mesas para modelagem e desenho, softwares para criação e modelagem.

O empreendedor interessado em investir em uma franquia Sigbol Fashion precisa estar estabelecido preferencial- mente na região em que pretende atuar e ter disponibilidade de horário para dedicação integral à unidade. “Além disso, ter boa relação interpessoal e ser adepto às regras e aos padrões para manter a qualidade de uma unidade Sigbol”, garante o sócio-diretor da marca, Aluizio de Freitas.

A rede oferece ao novo franqueado um programa de coaching, pelo período de 90 dias, voltado a gestão comercial, Simultaneamente toda a rede participa semanalmente de reunião voltada a acompanhamento de vendas e formação de equipe.

DE BEM COM O VISUAL

Outro segmento que tem crescido e dificilmente entra em crise é o de beleza, mercado que faz parte do foco da rede Infobeleza. A marca tem quatro unidades em operação e oferece cursos de cabeleireiro profissional. O público-alvo dos cursos é formado por pessoas das Classes C, D e E. Cerca de 80% são mulheres entre 15 e 35 anos.

É com esse público, o de pessoas que procuram uma profissão ou querem empreender, que os franqueados interessa- dos na marca vão atuar. O investimento inicial varia de R$50 mil a R$150 mil, dependendo da cidade e do tamanho da unidade a ser implantada. “Nós temos um cronograma de ensino padrão, o qual é repassado às escolas para ser seguido dentro da sala de aula. Assim, todos os alunos aprendem a mesma coisa, independentemente da unidade em que estejam”, afirma a vice-presidente da Infobeleza, Sônia Leonardi.

PADRÃO

A excelência em uma rede de ensino está extremamente ligada à capacidade de treinamento do corpo docente. “Treinamentos, políticas de incentivo, avaliação de desempenho, premiações e uma metodologia de feedback contínuo são ferramentas essenciais para manter a equipe capacitada, estimulada e feliz com o desenvolvimento do trabalho”, enumera o diretor-executivo da Solace Institute, Fábio Stumpf. E, através disso, o padrão pode ser mantido. Esse método na realidade começa em um excelente processo de recrutamento e seleção que promove a escolha de profissionais de acordo com o perfil exigido pelo franqueado.

NO RITMO CERTO

Esse padrão faz parte da estratégia da rede Academia do Rock. A franquia oferece diversos cursos, entre eles, o de guitarra, baixo, canto e projeto de bandas. O preço médio da mensalidade gira em torno de R$365,00. Por esse motivo, o público-alvo da operação inclui as classes A eB1.

A metodologia de ensino é própria e busca o equilíbrio didático entre a produtividade musical com o convívio, gerando maior autoconfiança. “A estrutura da Academia do Rock proporciona segurança e conforto com salas climatizadas, instrumentos de qualidade, estúdios de ensaio totalmente equipados e tratamento acústico”, conta o CEO e fundador da Academia do Rock, Marcelo de Freitas.

VALE A ATENÇÃO

Mas não adianta se empolgar com qualquer proposta, afinal, formatos muito inovadores ou “monocursos” podem ser perigosos. O ideal é que se tenha uma operação com mais de um produto para oferecer, sendo dessa forma possível diluir os riscos. “Com os formatos inovado- res temos que tomar precauções e fazer algumas perguntas, como: quem está por trás da rede, quem fez a formatação, qual grupo que está desenvolvendo este novo modelo inovador, quais são as condições desta empresa; ou seja, deve-se fazer uma verdadeira due diligence antes de entrar em um modelo inovador”, alerta André Luís Soares Pereira, do GSPP G&N

Fonte: Revista Gestão & Negócios PME edição:120